Segunda-feira
Horário: das 19h às 21h
¿HOLA, QUE TAL? YO SOY MIGUEL EDUARDO FERNANDEZ, Y ESTOY ENAMORADO POR TI!
Boa apresentação, não? Esse foi meu novo amiguinho circulando pelos quartos da Clínica Médica Feminina, diretamente de Novo Mexico!!!
Bom, na verdade veio diretamente de Fortaleza, do Centro Cultural Dragão do Mar, o que me é uma deixa para contar a história de Russas que vivi semana passada, com os voluntários do Itaú. Visitamos o Projeto de Erradicação do Trabalho Infantil nesse município de pouco mais de 60 mil habitantes, no sertão cearense, onde as crianças trabalhavam em olarias de 45 graus, fabricando telhas e tijolos. Atualmente, todo o trabalho infantil foi erradicado, e existem projetos e atividades de manutenção das crianças na escola e nas ações socioeducativas complementares à escola.
Essa é uma ótima deixa pra falar de voluntariado e, arriscando-me, até de cidadania. Na verdade, poucas pessoas respondem que já tiveram alguma experiência como voluntárias, mas elas estão sempre ligadas a algum projeto social.
Bem, voltando ao que interessa, saindo do meu iscudilixo secleto, fiquei longas horas (medidas no meu relógio biotônico) conversando com a dona Nazareth, nobre moradora do bairro de Itaquera e figurante do cenário hospitaleiro conhecida como FAXINEIRA. Uau, eles têm um estribôncio de lavar o chão animal! De um lado, compartimento secreto e azul para molhar o esfregão. De outro, compartimento mais secreto ainda e vermelho, onde não se pode encostar o esfregão, mas é para onde escorre a sujeira espremida no compartimento menos secreto superior e amarelo, onde se aperta o esfregão como se fosse laranja doce. Sensacional, adorei e quero um pra casa.
Entrando na CPMF – Clínica P. Médica Feminina, já dei de cara com a senhorita Helena saindo do banheiro com seu poste de soro e rodinhas super sexy, e sua mami. Ela fez aquela cara de vassoura recém-usada, espantadíssima e alegríssima, dizendo “finalmente você voltou!”. Lembrou-se que eu me alimento somente de alpiste e penou-se por não ter nenhum no momento.
Bem, logo entrei no quarto da Grace Cristina e da Dona Ana e Lucia, sua filha, ambas de Barretos. Céus, esse quarto me deu trabalho! Não é que a Grace tinha I FEEL GOOD no celular e acabamos dançando a música inteira várias vezes? Porque toda vez que um novo alguém se adentrava por aquela porta, começávamos tudo de novo... E, é claro, na parte do IN MY ARMS, eu acabava cantando um pouco mais alto que o permitido, mas é impossível não fazê-lo!!!
Quando eu já estava pingando maquiagem pelo chão, decidi parar de dançar um pouco e cantar, apenas. Ufa. Bem melhor! A Dona Ana, que insistia que seu nome era Bolinha, em homenagem ao cachorrinho de dois anos de idade que reside em sua fortaleza, era irônica que só ela. Nunca se gargalhava. Ela ria por dentro. E fazia cara de séria pra tirar a gente do sério. Incrível! Essa daria uma ótima palhaça. Sua filha, em compensação, se rolava de rir. E quase teve câimbra vocal quando a senhorita Maria Helena adentrou-se ao quarto e fizemos uma dança sensual em seu poste de soros. O poste virou a sensação!!!
O próximo quarto, assim, teve que ser o da Heleninha. Sua vizinha, Izabel, estava com cara e bochechas de saco cheio. Enquanto Helena, empolgadíssima, mostrava seus sapos de pelúcia dançantes, cantando e tirintando, Izabel suspirava de alívio pulmonar e revirava os olhos como que procurando moscas em torno de si.
A princípio, Izabel desabafou um pouco de seu tormento de espera pela saída, mas já logo entrou na dança e ficou em altos papos com MIGUEL EDUARDO FERNANDEZ, el mexicano más hermoso del barrio. Bom, isso foi ótimo, porque eu já estava cansada de falar.
Último quarto: Sarah, sua filha Elen e sua sobrinha Sheila. Não é que elas estavam com um livro de piadas na mão? Mas só percebi bem depois que eu as importunava. E, na verdade, o livro era a maior roubada, pra variar. A dona Sarah já não conseguia nem disfarçar que parecia engraçado...